Para quem vende amores de emergência (música)

Eu não sei se era ele, também pode ser ela,

sei que está a espera de alguém.

Que com alguns trocados e muito desdém,

vai fazer sua alma sangrar outra vez.

 

Vestiu-se pra provocar o desejo de quem

só deseja provar e depois provocar.

Será por precisão que se tornou prisão

de um passado que foi desamor, tanta dor?

 

Já raiando o dia, vai pra casa, vazia,

talvez nem desconfia que um homem lhe amou.

E que pagou seu preço, não apenas uma hora,

mas por toda sua história lhe amar, perdoar.

 

Mas pra vida nascer, ela vai ter que saber,

quem irá lhe avisar de sua redenção?

quem vai dar a notícia e quebrar o grilhão?

E irá vê-la sorrir, de feliz, dessa vez?

 

Quem irá lhe abraçar?

Lhe ajudar no labor,

De fazer uma vida

bem mais leve, onde for.

 

Quem vai lhe compreender?

E estender sua mão

E fazê-la sentir de seu pai o perdão…

 

O poeta

O poeta

A vida do poeta tem um ritmo diferente
É um contínuo de dor angustiante.
O poeta é o destinado do sofrimento
Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza
E a sua alma é uma parcela do infinito distante
O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.

De Vinicius.

A Troco de Quê? (Música)

Acabou de ser composta e logo gravei. Ouçam e compartilhem, se quiserem.

A Troco de Quê?

Tanta gente sorrindo pra foto e chorando por dentro

Tanta gente fingindo alegria, escondendo o lamento.

Tanta gente podendo viver,  mas escolhe fugir.

Tanta gente toma anestesia pra não mais sentir.

A troco de quê?

A troco de quê?

A troco de quê?

Tanta gente pode ter de graça, mas paga tão caro.

Tanta gente que desperdiça momentos tão raros.

Tanta gente trocando sua honra por um bom salário.

Tanta gente mantendo sua alma dentro do armário!

A troco de quê?

A troco de quê?

A troco de quê?

Tanta gente presa em gaiolas feitas de palavras.

Tanta gente pode fazer muito, mas trabalha em nada.

Tanta gente que cala e aceita o destino.

Tanta gente que fala, mas está mentindo.

A troco de quê?

A troco de quê?

A troco de quê?

Tanta gente que ora, mas não quer doar.

Tanta gente que adora, mas não quer pensar.

Tanta gente que prega mais não quer viver,

Tanta gente que nega e depois vai fazer.

A troco de quê?

A troco de quê?

A troco de quê?

Tanta gente que doa, pra depois cobrar.

Tanta gente que grita, sem argumentar.

Tanta gente que evita, mas querendo ir.

Tanta gente que imita outro existir.